Josephina Sarmento Barbosa

Josephina Sarmento Barbosa, nasceu em Mogi Mirim, no dia 7 de abril de 1862. Filha de Anna Thereza Duarte Sarmento e José Joaquim de Moraes Sarmento. 

Irmã de: Antônio, casado com Alexandrina Maurício, José, Alberto, casado com Francisco Duarte Tibau, Luiz, Cincinato, Joaquim Ulysses, casado com Exordina, Maria, casada com João Pedro Rodrigues da Silva e Elisa. Aqui estudou com os notáveis educadores, João Kopke e Emílio Henking, cunhado de Carlos Gomes.

Aos 17 anos, foi contratada por seu irmão, Antonio Sarmento, diretor do jornal Diário de Campinas. Nesse jornal, ela publica seu primeiro trabalho, uma tradução do Édipo-Rei; e em seguida, dá à publicidade 118 folhetins. Ao mesmo tempo em que aproveitava seus momentos de lazer, passa a se dedicar ao jornalismo e às suas traduções. Josefina foi professora particular, com obras pedagógicas, e diretora de um colégio particular para ambos os sexos, na Rua do Rosário, 39.

Em 1885 escreveu inúmeros artigos, como aquele pedindo para abrir uma subscrição a fim de angariar fundos para a edição do livro Dicionário Histórico e Geográfico do Brasil, de Alfredo Moreira Leite, o que lhe valeu o titulo de sócia da Sociedade Geográfica do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, criou uma seção “Riscos e rabiscos” no Diário com vários assuntos concernentes à vida da cidade. Deu à publicidade o jornal Folha Popular, que incentivava eventos e quermesse, cuja renda seria em benefício das viúvas e órfãos da Revolução Constitucionalista de 1932.

Casou-se com Heitor Teixeira Barbosa. Deste matrimônio nasceu: Heitor Barbosa Filho.

A verdade é que Josephina muito lutou para que as mulheres pudessem votar. A sua luta na imprensa por esse objetivo foi tão grande que, nesse mesmo ano foi aprovado o novo Código Eleitoral que concedia às mulheres o direito de votar. Era a oportunidade de ocuparem espaços públicos e políticos. Como prova tivemos a eleição da primeira deputada federal, Carlota Pereira de Queirós em 1934.

Josephina foi autora dos livros “No caminho da luz”, de 1921, uma coletânea de contos publicada em diversos jornais, prefaciado por Monteiro Lobato, e “Pérola Falsa”, romance, 1939. Ambos foram bem recebidos pela crítica, sendo que, sobre o romance, Guilherme de Almeida, que foi seu aluno, escreveu que era “trabalho de pensamento e forma”. Faleceu a 22 de outubro de 1940,  às 21 horas.

Josephina, trabalhava no romance “No silêncio do lar”. Convenhamos, o trabalho de Josephina Sarmento reveste-se da maior importância, pois além do seu pioneirismo na imprensa campineira, abriu o caminho para que outras mulheres participassem do mundo jornalístico Dá nome a uma rua, no Bairro Cambuí

Duílio Battistoni Filho é historiador e membro da Academia Campinense de Letras e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas.E-mail-duiliobf@hotmail.com

 

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